Claudemir Pereira: desafiantes do nome governista à prefeitura sairão das urnas de 2022

“Prefiro pensar em 2022 primeiro”. As palavras são de um candidato a deputado estadual bem cotado para o pleito de outubro. E foram, com ligeiras variações, as mesmas ditas por outro concorrente deste ano, só que a federal.Ambos, no entanto, se utilizam do eufemismo porque não podem se distrair. Sim, antes tem a eleição do momento. Mas o fato é que os dois (e vários outros) e seus partidos, vendo a situação estrategicamente, não deixam de mirar para algo que está ali na esquina. No caso, sim, é de 2024 e da sucessão de Jorge Pozzobom (PSDB)que se escreve aqui.

O principal gabinete do Centro Administrativo se coloca como objetivo de várias agremiações, inclusive porque o atual detentor da cadeira maior do ambiente, a ela não poderá concorrer mais, dentro de dois anos. Caminho aberto para as movimentações já em curso, inclusive, que se diga, no próprio prédio sede do governo da comuna.

Dez entre dez observadores políticos locais, o que inclui esse nem sempre humilde escriba, têm certeza absoluta que o nome do vice-prefeito Rodrigo Decimo é o ungido pelo governo de hoje como seu representante nas urnas de 2024.Eleito pelo falecido PSL, hoje o líder empresarial que virou político e comanda as ações ligadas ao Distrito Criativo, está no União Brasil, que resultou da reunião do pesselismo com o também “de cujus” DEM. Enfim, o UB até poderá ser seu partido no momento da eleição. Ou não. Trata-se de decisão a ser tomada até meados do próprio 24, se não sobrevier mudança legal.

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A última vez, e aliás única, que o colunista tocou no assunto com o próprio vice-prefeito, ele tergiversou. Sim, não é hora. Ainda não. Mas o fato é que o cara do governo é ele, seja qual for a agremiação em que se abrigar, inclusive o PSDB.E os desafiantes? É onde se volta dois anos e se chega outra vez a 2022. Aposte – e vencerá: os adversários, sejam mais ou menos fortes, do candidato governista, sairão justamente das urnas deste 2 de outubro.

Tanto podem ser os parlamentares eleitos – ou reconduzido – (e só vitória nas urnas de agora vira automática credencial para a disputa municipal) ou mesmo um ou outro não eleito, mas com votação suficientemente significativa em Santa Maria – o que também qualificaria o pretendente derrotado de hoje em possível protagonista na disputa paroquial.

Seria estupidez tentar antecipar alguma surpresa, embora ela também não pode ser descartada. Mas afirmar que a disputa de casa contará com nomes expostos em 2022 é uma obviedade que também não se pode ignorar. Pode apostar. Você vai ganhar. E ponto.

Em mais de 30, um punhado de nomes fortes para a Câmara

Semana passada, as colegas Jaqueline Silveira e Pâmela Rubin Matge produziram um elucidativo mapa das candidaturas locais e regionais à Câmara dos Deputados e à Assembleia Legislativa. Só de Santa Maria, com base nas informações dos partidos, são mais de 30 nomes, incluídos dois ou três, talvez quatro ou cinco, simplesmente desconhecidos do distinto público.Mas esse não é o foco, neste texto. Aqui se está a falar de 2024. E, de novo, fazendo acurada observação dos concorrentes repassados pelas agremiações e sem citar um que seja, é possível afirmar que, se os partidos se esforçarem e dedicarem meeeesmo tempo, energia e vontade na campanha, a cidade poderá ampliar sua representação. E nas duas casas legislativas, pode-se afirmar.Além das boas chances dos já deputados, não há porque duvidar que pelo menos dois, quem sabe, numa leitura bastante otimista, até três mais poderão se eleger ou ficar na beirada – o que pode garantir cadeira, dependendo do resultado do pleito para o Piratini.Independente desse desempenho, porém, e do manifesto otimismo do escriba (afinal, gente, são mais de 150 mil votos válidos aqui e quase dois terços disso na região central), se pode afirmar, sem medo de errar, que um punhado de pretendentes muito fortes sairá das urnas deste outubro diretamente para a disputa de uma vaga em 2024, na Câmara de Vereadores (foto). E não só os atuais edis e a suplente que concorrem a deputado, senão que de outros, hoje inclusive desconhecidos. Eles estarão aptos, claro, a pensar seriamente em ocupar uma cadeira no plenário do legislativo municipal.

Desconhecidos – Não é acusação, nem coisa nenhuma parecida com isso. Afinal, o Ministério Público Eleitoral e o Judiciário estão aí mesmo, se for o caso. Sem falar que há prazo para que o Tribunal oficialize mesmo as candidaturas, para que elas estejam na urna eletrônica. Dito isto, este colunista, que faz cobertura do setor há exatos 40 anos, nunca ouviu ou leu absolutamente nada acerca da militância política de ao menos dois dos mais de 30 concorrentes listados pelos partidos de Santa Maria. E um terceiro nome não reside mais na cidade e é candidato classista.

Desconhecidas – Por uma coincidência, são três mulheres candidatas. Do trio, uma atua profissionalmente na Capital e, justiça seja feita, é militante. Já as demais, embora residam em Santa Maria, uma também é de segmento específico, mas nunca (ao menos por este escriba) foi vista em atividade partidária e a outra sequer tem qualquer registro em alguma rede social. Sim, tudo isso pode significar nada. Pode. Em todo caso, como os partidos aqui neste espaço têm fé pública, resta desejar a todas muita sorte nas urnas.

LUNETA

Da cidadeCom a política partidária-eleitoral engessada, na medida em que a TV Câmara está indisponível legalmente e assim o microfone da tribuna não reverbera nada acerca disso, o fato é que questões bastante caras à cidade acabam por encontrar espaço maior, inclusive na mídia. No momento, por exemplo, o grande tema no Legislativo é o projeto que proíbe o consumo de bebida alcoólica nas vias públicas durante a madrugada.

Da cidade IIA proposta apresentada por Getúlio de Vargas, do Republicanos, encontra eco em setores significativos, mas esbarra em restrições, sobretudo, entre os defensores da liberdade do comércio. Que têm, claro, suas legítimas razões. Mas o caso é, objetivamente, de sossego público, menos que pruridos outros. E esse, cá entre nós, é tratado no Código de Posturas do Município. Ou não?

Devagar…A quem registra escassa presença da campanha no cotidiano local, nesses dias iniciais, impõe-se a lembrança. Sim, é desse jeito mesmo, em todas as eleições. Há até pretendentes esperando oficialização das candidaturas pela Justiça, que tem prazo até metade de setembro para tanto. Sem falar no desinteresse (exceto, talvez, para os pleitos presidencial e ao governo do Estado) a esta altura do jogo.

…e sempreDe todo modo, é bom prestar atenção. Ao longo do tempo, bandeiras e santinhos avançarão por regiões hoje inexploradas para além do centro– onde circula boa parte do eleitorado ao longo dos dias. E, sobretudo, a visibilidade será paulatinamente maior em locais como a Praça Saldanha Marinho e até no (ainda) depauperado Calçadão, que tendem a lotar aos sábados, quanto mais próximo estiver o pleito.

Para fechar!Nesta semana, pelo menos um comitê de candidatura majoritária nacional foi inaugurado em Santa Maria. Imagina-se que, não obstante a exiguidade de tempo disponível para a campanha, outros possam surgir ao longo do tempo. Inclusive porque, tanto para o Palácio do Planalto quanto, principalmente, ao Piratini, as chances de um segundo turno e mais um mês de campanha eleitoral parecem inevitáveis.

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